Como reconhecer — e evitar! — as principais fraudes financeiras da web
As fraudes financeiras — ou seja, aquelas que têm como objetivo central roubar o dinheiro da vítima — aumentaram exponencialmente ao longo de 2020. O crescimento tem uma explicação lógica: com a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV2) e a necessidade de se manter isolada em casa, a população passou a realizar mais transações financeiras (incluindo compras, movimentações e investimentos) pela internet, o que criou uma grande “oportunidade de negócio” para os cibercriminosos de plantão.
Como de praxe, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o público mais afetado é o da terceira idade — foi identificada uma alta de 60% no número de ataques contra idosos. Além disso, o cartão de crédito continua sendo o objeto mais desejado pelos meliantes virtuais, já que 58% de todas as fraudes financeiras registradas ao longo do ano passado se focaram em tal tipo de ativo. Não é à toa que se tornou bastante comum encontrar cartões vazados na dark web.
Roubaram meu cartão!
Fraudes contra cartões de crédito surgem nos mais diversos formatos. A mais comum é o bom e velho phishing: você recebe um e-mail de alguma plataforma que utilize (Netflix, Spotify etc.) afirmando que seu cartão foi recusado e que é necessário informar novamente seus dados para uma nova cobrança. O site visitado, porém, é falso, projetado para capturar os números digitados e enviá-los diretamente para o golpista. Da mesma forma, também são comuns as páginas falsas que personificam grandes lojas virtuais.
Mas não acaba por aí: a Febraban também emitiu um alerta a respeito de um aumento de 70% no número de golpes do falso funcionário e das falsas centrais telefônicas, nas quais o estelionatário liga para a vítima se passando por uma instituição bancária e pede a confirmação de suas informações financeiras. Na maioria das vezes, os scammers já sabem de antemão alguns dados pessoais do cidadão (dados estes obtidos através de outros vazamentos) para passar mais credibilidade durante a conversa.
Também é preciso tomar cuidado com as maquininhas de cartões — muita gente se esquece de que é possível usar terminais de pagamento modificados (em hardware e em software) para roubar os dados e a senha dos cartões de crédito utilizados ali. Embora seja uma ameaça clássica, os “chupa-cabras” (equipamentos instalados em terminais de autoatendimento) também continuam na ativa; por conta disso, é sempre interessante preferir o uso da tecnologia NFC para que seu cartão seja reconhecido sem contato.
Outros riscos
Indo além dos cartões de crédito, temos também os profissionais de investimentos falsos. Se aproveitando de uma saudável tendência da população brasileira de investir suas economias, esses golpistas acabam compondo sua carteira de forma indevida, injetando dinheiro em bolhas econômicas, em esquemas de pirâmide ou até mesmo ICOs (initial coin offerings ou oferta inicial de moedas) fraudulentas para benefício próprio. No fim, eles ganham e você perde seus investimentos.
Por falar em ICO, as criptomoedas estão cada vez mais caindo no gosto dos brasileiros, mas tome cuidado antes de comprar ou vender tokens (sejam eles bitcoins ou qualquer outra altcoin). Existem diversas casas de câmbio fraudulentas — algumas praticam valores de cotação em desacordo com a realidade e outras simplesmente somem com seu dinheiro assim que você efetua o depósito.
No geral, as dicas para se esquivar de golpes financeiros são as mesmas de outros tipos de ataques de engenharia social: preste muita atenção a propostas mirabolantes, mensagens de urgência, promoções que parecem boas demais para serem verdadeiras e profissionais/empresas/lojas que você desconhece. E, é claro, não se esqueça de sempre auxiliar as pessoas ao seu redor que possuem menos conhecimento de como a web funciona — junte-se aos Hacker Rangers e ajude a combater o crime na internet!
Produção: Equipe de Conteúdo Perallis Security